DISPEPSIA FUNCIONAL

DISPEPSIA FUNCIONAL

SOS Saúde
SOS Saúde

“Má Digestão” ou “Gastrite Nervosa”

A dispepsia é um conjunto de sintomas comuns a vários diagnósticos de patologias digestivas. Os sintomas dispépticos ocorrem em 25% da população anualmente, correspondendo à queixa mais prevalente nos consultórios de gastroenterologia.
Entre as pessoas que apresentam dispepsia, apenas 25% terão uma causa orgânica identificada para justiçar os sintomas. Os outros 75%, ou seja, a grande maioria serão portadores de dispepsia funcional, quando os sintomas acontecem por mau funcionamento do aparelho digestivo superior sem fator orgânico ou estrutural associado.
Para a definição diagnóstica se a dispepsia está relacionada à causa orgânica mais importante ou grave ou trata-se de dispepsia funcional, é necessária uma investigação clínica, laboratorial e através de exames complementares onde a endoscopia digestiva tem papel fundamental e por vezes indispensável. Através da endoscopia digestiva podem-se excluir gastrites graves, lesões malignas ou pré-malignas, doença do refluxo e a presença da bactéria Helicobacter pylori.

Entende-se por dispepsia ou sintomas dispépticos:
• Plenitude pós-prandial: aquela sensação de ter ingerido um absurdo e volumoso banquete mesmo após ter comido apenas três colheres de arroz ou um inocente copo de suco.
• Saciedade precoce: mal começa a refeição e já surge uma sensação de peso abdominal e satisfação incompatível com o volume ingerido.
• Dor ou queimação epigástrica: a famosa dor na “boca do estômago”.
• Náuseas, vômitos, “queimação” ou azia: embora mais vistos na doença do refluxo e não tão frequentes na dispepsia, estes sintomas podem surgir em pacientes dispépticos.
A dispepsia funcional tem comprovados fatores genéticos envolvidos, ou seja, a pessoa nasce com predisposição para desenvolver a doença.
Os portadores de dispepsia apresentam alteração e lentidão do esvaziamento gastroduodenal, hipersensibilidade das vísceras e até alterações da microbiota intestinal.
O tratamento envolve uma abordagem multifatorial com medicamentos que inibam a produção do ácido clorídrico, medicamentos que auxiliem na motilidade digestiva e por vezes antidepressivos que atuem na hipersensibilidade visceral superior. O controle e cuidados alimentares são fatores preponderantes para a melhora dos sintomas e manutenção de períodos sem crises. Hábitos de vida saudáveis e atividade física regular sempre serão incentivados pelo gastroenterologista.
A infecção pelo Helicobacter pylori, embora não seja causa exclusiva ou determinante da dispepsia, quando tratada e erradicada a bactéria observa-se significativa melhora  dos sintomas. Todos os pacientes com queixas dispépticas devem ser testados e tratados para Helicobacter pylori.
Sendo uma doença crônica, a dispepsia funcional pode ser controlada, mas não curada. As crises, embora às vezes esporádicas, recorrem ao longo da vida do paciente tornando-se de suma importância a avaliação e, sobretudo acompanhamento com o médico gastroenterologista.

DÉBORA CAMPELLO
GASTROENTEROLOGIA
CRMSC 12962 / RQE 7124 / 15575

GASTROENTEROLOGIA

SOS Saúde

Saúde e bem-estar. Aqui você encontra o melhor conteúdo para ter saúde física, mental e social.